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Terapia Cognitivo Funcional
Terapia Cognitivo-Funcional (TCF)
A Terapia Cognitivo-Funcional (TCF), é uma abordagem biopsicossocial centrada na pessoa para o tratamento de pacientes com dor musculoesquelética crônica, quando patologia grave é excluída. Foi originalmente desenvolvida e testada em pessoas com dor lombar crônica, mas tem ampla aplicação para pessoas com outros problemas de dor musculoesquelética (por exemplo, dor no pescoço, joelho, quadril, ombro e dor multissituada). Com a TFC, o clínico trabalha em parceria com o paciente para identificar e abordar suas barreiras biopsicossociais individuais à recuperação, orientando-o a autogerenciar sua condição e alcançar seus objetivos. A TFC evoluiu no contexto da prática clínica diária baseada em evidências, guiada por pesquisas sistemáticas nos últimos 20 anos e informada por pessoas que vivem com dor musculoesquelética crônica.
Um processo de raciocínio clínico multidimensional e flexível sustenta a TFC .
Primeiramente, o clínico dedica um tempo para ouvir a história do paciente, explorando: sua jornada de dor e preocupações, sua compreensão da dor, o padrão da dor (o que a agrava e o que a alivia), o impacto da dor em todos os aspectos da vida, suas respostas emocionais à dor e percepções corporais, contexto social e saúde geral. Seus objetivos de curto e longo prazo, bem como suas expectativas em relação ao tratamento, são identificados.
Durante o exame físico, o clínico observa as principais preocupações funcionais do paciente, que são provocadoras, temidas ou evitadas pela dor. Suas crenças, emoções e experiência com a dor, bem como
quaisquer respostas simpáticas e comportamentos de proteção, são exploradas durante esse processo. Uma série de experimentos comportamentais guiados é em seguida realizada, onde as respostas simpáticas e os comportamentos de proteção do paciente são controlados enquanto ele se envolve em tarefas dolorosas, temidas e evitadas (de forma gradual). Durante este processo, a capacidade do paciente de controlar a dor e normalizar seus comportamentos funcionais é avaliada e, sempre que possível, suas expectativas (por exemplo, "é perigoso se mover") são violadas (por exemplo, "é seguro se mover"). Ao final deste processo, o clínico, em parceria com o paciente, mapeia os diferentes elementos da intervenção da TFC, visando as principais barreiras biopsicossociais individuais à recuperação, identificadas durante a entrevista e o exame físico.
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Três Elementos-Chave da TFC:
1. Entendendo a Dor: Ajudar as pessoas a compreender sua dor a partir de uma perspectiva biopsicossocial, por meio de sua própria história e experiências. Isso inclui tranquilização, reenquadramento e definição de metas específicas para o paciente (traçando um plano para sua recuperação). Planos de exacerbação da dor são desenvolvidos, identificando maneiras úteis de responder às crises de dor. Recursos específicos para o paciente são compartilhados.
2. Exposição com Controle: Ensinar relaxamento corporal, consciência e controle, integrados à exposição gradual ao movimento ou a tarefas funcionais dolorosas, temidas ou evitadas por meio de terapia manual, exercícios de exposição gradual juntos ou conciliados a eletroterapia. Esses novos comportamentos aprendidos são praticados diariamente e imediatamente integrados às suas atividades valorizadas, alinhadas aos seus objetivos de forma gradual.
3. Educação de Estilo de Vida: Incluindo atividade física com ritmo baseado em suas preferências, sono e hábitos alimentares saudáveis, estratégias de gerenciamento de estresse, engajamento social e trabalho.
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A terapia cognitivo-funcional envolve uma consulta inicial de 60 minutos e acompanhamentos de 30 a 45 minutos, com até sete a oito sessões ao longo de três meses, começando semanalmente e reduzindo gradualmente a frequência à medida que o paciente desenvolve confiança para se autogerenciar e alcançar seus objetivos. Sessões de reforço são oferecidas caso o paciente perca a confiança em suas estratégias de autogerenciamento (por exemplo, durante uma crise de dor).